Eurico Lara: o Craque imortal que marcou para sempre a história do Grêmio
📰 Eurico Lara: o goleiro imortal que marcou para sempre a história do Grêmio
⚽ As origens do craque imortal
Eurico Lara nasceu em 24 de janeiro de 1897, em Uruguaiana, cidade às margens do Rio Uruguai. Desde cedo, sua presença em campo chamava atenção. Conta-se que Máximo Laviaguerre, ao conversar com dirigentes gremistas, afirmou:
>“Lá em Uruguaiana tem um goleiro que, quando ele joga, o seu time não perde!”
Naquele tempo, o futebol era amador, movido pela paixão e não pelo dinheiro. Era o esporte praticado por amor — e Lara encarnava exatamente esse espírito.
🎖️ Da carreira militar ao Grêmio
Antes de se tornar ídolo gremista, Lara atuava no “time do quartel”. Sua carreira no futebol começou por influência de sua vida militar. O convite para defender o Grêmio veio de Luiz Assumpção, mas o goleiro inicialmente recusou: não queria deixar sua cidade natal.
A diretoria tricolor, porém, não desistiu. Com articulação nos bastidores, Lara foi transferido para uma unidade do Exército em Porto Alegre, aceitando então o chamado do Grêmio. A partir de 1920, com apenas 23 anos, começou sua trajetória que o transformaria em um símbolo eterno da imortalidade tricolor.
🏆 Uma carreira de conquistas e glórias
Durante 16 temporadas no Grêmio, Eurico Lara conquistou 16 títulos, marcando uma era de hegemonia gremista.
Além das glórias pelo clube, também brilhou pela Seleção do Exército, vencendo o Campeonato das Forças Armadas em 1922.
Sua fama se espalhou pelo país quando defendeu a Seleção Gaúcha em um torneio preparatório para o Campeonato Sul-Americano. Num jogo histórico contra a Seleção Paulista, no Parque Antártica, Lara simplesmente “fechou o gol”.
Mesmo com a derrota por 4x2, o público invadiu o gramado para aplaudi-lo. Estima-se que defendeu mais de vinte chutes de Friedereich, um dos maiores atacantes da época.
Apesar do desempenho brilhante, nunca foi convocado para a Seleção Brasileira — algo que, para muitos gremistas, apenas reforça sua ligação exclusiva e mística com o Grêmio.
🧤 A lenda do pênalti e a morte heróica
Com o passar dos anos, o nome de Eurico Lara ultrapassou o campo dos fatos e entrou no terreno da lenda.
Diz a história popular que, hospitalizado, ele teria recebido autorização médica para assistir a um Grenal decisivo do Campeonato Farroupilha de 1935.
Quando o árbitro marcou um pênalti contra o Grêmio, o estádio silenciou. Então, sob aplausos da torcida, Lara teria se levantado da arquibancada, vestido seu uniforme e caminhado até o gol. O atacante rival cobrou com força, e o goleiro defendeu com firmeza, garantindo o título.
Mas logo depois, permaneceu imóvel, ainda abraçado à bola. Teria morrido ali mesmo, como um herói que deu sua vida pelo Grêmio.
Essa versão, ainda que mítica, se espalhou entre os torcedores e é contada até hoje como símbolo de dedicação, amor e sacrifício.
📜 O que a história realmente conta
Os registros oficiais indicam que Lara participou do Grenal de 22 de setembro de 1935, que decidiu o Campeonato Farroupilha. Dias antes, havia jogado contra o Santos, vencendo por 3x2. Nesse duelo, um choque com o jogador Mário Seixas revelou um grave problema cardíaco, além de complicações pulmonares.
Mesmo debilitado, pediu para atuar pelo Grêmio na final. Jogou todo o primeiro tempo, defendendo com bravura. No intervalo, exausto, pediu substituição para Chico, que entrou em seu lugar.
O placar seguia em 0x0 até os minutos finais, quando o Foguinho marcou o primeiro gol, e logo depois Laci fez o segundo, selando o 2x0 e o título gremista.
Terminada a partida, Lara foi direto do estádio da Baixada para o hospital da Beneficência Portuguesa, onde faleceu semanas depois, em 6 de novembro de 1935.
A bola usada naquele jogo — e o troféu do Campeonato Farroupilha — permanecem guardados no acervo do Grêmio como relíquias eternas do seu herói.
🎶 O nome eternizado no Hino do Grêmio
O legado de Eurico Lara foi imortalizado de forma única: ele é o único jogador citado no hino de um clube brasileiro.
O compositor Lupicínio Rodrigues, ao criar o Hino do Grêmio em comemoração ao cinquentenário do clube, escreveu os versos que eternizaram o goleiro:
“Lara o craque imortal
Soube o teu nome elevar.
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar.”
Dessa homenagem surgiu a expressão “Imortal Tricolor”, que se tornaria um dos maiores símbolos da identidade gremista. Lara, portanto, não foi apenas um goleiro — foi o marco que definiu o espírito do Grêmio.
🕊️ A imortalidade como herança tricolor
O mito de Eurico Lara representa o que o torcedor gremista mais valoriza: a garra, a entrega e a superação.
Sua história moldou o DNA do clube, que ao longo das décadas conquistou títulos épicos e virou sinônimo de raça e fé inabalável.
Cada defesa de Lara ecoa até hoje nas arquibancadas da Arena. Cada nova geração de goleiros gremistas herda o peso e a honra de vestir as luvas do “craque imortal”.
🏅 Títulos conquistados por Eurico Lara
Durante sua carreira vitoriosa, Lara levantou uma série de troféus pelo Grêmio:
🏆 Campeonatos Metropolitanos:
1920, 1921, 1922, 1923, 1925, 1926, 1930, 1931, 1932, 1933 e 1935.
🏅 Campeonatos Gaúchos:
1921, 1922, 1926, 1931 e 1932.
Além disso, foi campeão das Forças Armadas em 1922 com a Seleção do Exército, e representou a Seleção Gaúcha em torneios nacionais, tornando-se referência entre os goleiros da época.
🧠 Legado e influência no futebol brasileiro
Eurico Lara deixou mais do que títulos. Deixou valores. Sua conduta disciplinada, típica de um militar, inspirou gerações de atletas.
Seu nome é constantemente lembrado em debates sobre os maiores ídolos da história gremista — ao lado de Danrlei, Grohe e Mazaropi — mas nenhum com o mesmo simbolismo.
O termo “craque imortal” usado por Lupicínio Rodrigues transcendeu o hino: tornou-se símbolo da alma tricolor, repetido em vitórias e derrotas como um mantra de resistência e orgulho.
💙 Lara e o símbolo do Imortal Tricolor
A história de Lara é o ponto de partida da mística do Imortal Tricolor.
O Grêmio não se define apenas por seus títulos, mas pela forma como enfrenta a adversidade — e Lara é o símbolo perfeito dessa filosofia.
Sua coragem em jogar mesmo doente, sua defesa lendária e sua homenagem no hino eternizaram sua figura no imaginário popular.
Ele não apenas defendeu o gol: defendeu a alma do Grêmio.








Leave Comments
Postar um comentário