Chamaco Rodríguez: o argentino do gol improvável pelo Grêmio em 1971
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Por: Redação Grêmio Histórico -31 de outubro de 2025
A chegada de Chamaco Rodríguez ao Grêmio
Carlos Manuel “Chamaco” Rodríguez iniciou sua carreira na Argentina, defendendo o Ferro Carril Oeste e, posteriormente, o River Plate. Em 1971, foi contratado pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, após ser dispensado pelo técnico brasileiro Didi, que o considerava “pouco objetivo”.
Ao desembarcar em Porto Alegre, Chamaco dividiu opiniões: para alguns, era um jogador técnico e combativo; para outros, um atleta temperamental e de rendimento irregular. Ainda assim, sua curta passagem pelo Tricolor seria suficiente para eternizar seu nome na memória gremista.
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O gol lendário em Santa Maria
Em uma tarde fria de junho de 1971, o Grêmio enfrentou o Inter de Santa Maria no Estádio Presidente Vargas, popularmente conhecido como “Baixada Melancólica”. O cenário era o Campeonato Gaúcho, e a torcida local aguardava ansiosa pela presença do Imortal no interior.
Atrás da goleira “do cemitério”, como chamavam os torcedores, um pai e dois filhos observavam atentos o time gremista em campo. Entre os nomes estavam Jair, Espinoza, Flecha, Gaspar, Chiquinho Pastor, e o zagueiro Rostein, pouco lembrado pelos torcedores. No ataque, dois argentinos chamavam atenção: o centroavante Néstor Scotta e o meio-campista Chamaco Rodríguez, com seu inconfundível bigode à la Pancho Villa.
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O Grêmio vencia por 2 a 0, com dois gols de Scotta, quando aconteceu o lance que ficaria marcado para sempre. Gritando em espanhol, Chamaco orientava seus companheiros:
“¡Prô Pinôssa! ¡Prô Pinôssa!”
A jogada se desenvolveu pela direita, o cruzamento veio, Scotta não alcançou, e a bola sobrou para Chamaco, que, de forma genial, executou uma bicicleta de calcanhar, surpreendendo o goleiro Valdir. A bola encobriu o arqueiro e morreu no fundo das redes, arrancando aplausos e espanto dos torcedores.
O narrador Milton Jung, emocionado, descreveu o feito como um gol que só se veria “a cada cinquenta anos”. O jogo terminou 3 a 1 para o Grêmio, mas o que ficou gravado foi a genialidade daquele momento — o calcanhar de bicicleta que poucos acreditariam ter visto.
CONFIRA O GOL DE CHAMACO:
A rápida despedida e a troca com Ancheta
Poucos meses após o gol histórico, Chamaco deixaria o Grêmio. Em uma negociação que marcaria o futebol sul-americano, ele foi envolvido na transação que trouxe Atilio Ancheta, ídolo uruguaio, para o Tricolor.
A saída também foi influenciada por uma restrição da CBD, que limitava a presença de estrangeiros em campo a apenas dois por clube. Como o Grêmio já contava com Scotta e aguardava Ancheta, Chamaco acabou seguindo para o Nacional-URU, onde conquistou títulos importantes no mesmo ano.
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Títulos conquistados por Chamaco Rodríguez
Pelo Grêmio (1971):
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Taça Luiz Viana Filho (Bahia)
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Taça Presidente Médici (Distrito Federal)
Pelo Nacional (1971):
Ficha como jogador do Grêmio
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Estreia: Grêmio 2 x 1 Nacional-URU – 08/05/1971
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Último jogo: Flamengo 1 x 1 Grêmio – 05/09/1971
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O legado de Chamaco Rodríguez
Mesmo com passagem breve, Chamaco Rodríguez deixou sua marca na história do Grêmio. O argentino foi mais do que um jogador — foi o protagonista de um momento que transcendeu o tempo.
Por muitos anos, homens de bigode espesso seriam apelidados de “Chamaco”, uma homenagem espontânea ao estrangeiro que, por um instante mágico, fez o futebol parecer arte na Baixada Melancólica.
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Conclusão
O gol de calcanhar de Chamaco Rodríguez não foi apenas um lance bonito — foi uma pintura imortalizada na memória de quem viu. O argentino pode ter ficado pouco tempo em Porto Alegre, mas o seu nome seguirá para sempre entre as histórias lendárias do Grêmio.




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